O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à CNN que foi responsável por aproximar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao governo e ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele ainda criticou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da autonomia do BC.
"Fui um promotor da aproximação do Roberto (Campos Neto) com o governo em geral e com o presidente da República em particular", afirmou o ministro.
A declaração foi feita à CNN, que exibiu um trecho de uma entrevista concedida por ele na tarde da terça-feira. A íntegra será exibida a partir das 17 horas (de Brasília).
Ele ponderou que caberia uma conversa prévia entre Campos Neto e Lula sobre o endosso à PEC da autonomia do BC, que tramita no Senado.
"Penso que caberia uma conversa prévia com o presidente, o que não houve. Além de ter alguns dispositivos da PEC com os quais eu não concordo e que estão sendo objeto de uma análise mais detida por parte de quem vai discutir o tema, o Congresso", disse o ministro da Fazenda.
Agentes para pacificar
Haddad ainda afirmou em trecho de entrevista à CNN divulgado pela emissora que o papel da Fazenda é de colaborar para um bom ambiente de negócios no País, o que inclui apaziguar os ânimos do mercado quando há ruídos sobre ações do governo com estatais.
Ele frisou que o papel da Fazenda é o de colaborar para a criação de um ambiente de negócios que seja favorável para os aspectos fiscal, ambiental e social – premissas que são defendidas por Lula.
Dividendos da Petrobras
Questionado sobre episódios, como o da distribuição de dividendos da Petrobras, que culminou com a decisão de liberar um lugar no Conselho da estatal para a Fazenda – que será ocupada pelo secretário-executivo adjunto, Rafael Dubeux -, Haddad reforçou que o seu papel e da equipe da Fazenda é de sempre atuar para pacificar e esclarecer, apaziguando os ânimos, mas também corrigindo rotas se necessário.