Heman Bekele, um aluno norte-americano de 14 anos, do nono ano escolar, foi nomeado "o melhor jovem cientista da América" depois de ter desenvolvido um sabonete que poderá ser útil no tratamento do melanoma, um tipo de câncer de pele que tem origem nas células da pele produtoras de pigmento chamadas melanócitos.
A ideia de Bekele surgiu do fato de ter vivido na Etiópia até aos quatro anos, onde, segundo afirmou ao Washington Post, viu pessoas trabalhando constantemente sob o sol quente. "Queria fazer da minha ideia algo que não só fosse ótimo em termos científicos, mas que também pudesse ser acessível ao maior número possível de pessoas", destacou.
No vídeo de apresentação do produto para o 3M Young Schientist Challenge 2023, competição científica promovida pela Discovery Education e a 3M, Bekele, de Annandale, Virgínia, afirmou acreditar "que as mentes jovens podem ter um impacto positivo no mundo".
"Sempre me interessei por biologia e tecnologia e este desafio deu-me a plataforma perfeita para mostrar as minhas ideias. Curar o câncer, uma barra de sabão de cada vez", referiu o jovem, durante o vídeo.
O adolescente explicou ainda que, na fórmula do produto medicinal, infundiu três ingredientes que reativam as células dendríticas, responsáveis por gerar uma resposta imunológica para combater a doença. São eles: ácido salicílico, ácido glicólico e tretinoína.
A sua mentora na 3M, Deborah Isabelle, descreveu o adolescente ao jornal como "empenhado em tornar o mundo um lugar melhor para pessoas que ainda não conhece".
De acordo com a American Cancer Society (ACA), o câncer da pele é o mais comum de todos os cânceres nos EUA, sendo o melanoma responsável por apenas 1%, mas causando a maioria das mortes por cancro da pele.
A sociedade afirma que as taxas de melanoma têm vindo a aumentar rapidamente nas últimas décadas, particularmente entre as mulheres com mais de 50 anos, e é mais de 20 vezes mais comum em pessoas caucasianas do que em pessoas negras. Ao mesmo tempo, as taxas de mortalidade do melanoma diminuíram na última década devido aos avanços no tratamento.
Depois de ganhar o prémio, Bekele, que derrotou outros nove finalistas, disse ao júri que esperava transformar o sabonete num "símbolo de esperança, acessibilidade e de um mundo onde o tratamento do câncer da pele está ao alcance de todos".
Leia Também: Cuidado, existem feridas na boca que podem não ser uma simples afta