SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No dia 3 de outubro, quando também houve uma greve de servidores do sistema de transporte sobre trilhos em São Paulo, Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) observaram um aumento no número de atestados médicos entregues por seus funcionários, de acordo com o governo de São Paulo.
Nesta terça-feira (28), dia em que acontece a terceira greve enfrentada pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente da CPTM, Pedro Mouro, disse que novamente foi registrado um aumento no número de atestados médicos recebidos e que o caso será investigado.
Após a greve de outubro, a companhia registrou um boletim de ocorrência no 3º DP (Campos Elíseos) para apurar o uso de documentos falsos por servidores, e um inquérito policial foi instaurado pela 1ª Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).
"O representante da companhia registrou boletim de ocorrência porque os atestados foram emitidos na véspera e no dia da greve de funcionários, gerando na ocasião um número acima da média diária de afastamentos dessa natureza", disse a SSP (Secretaria da Segurança Pública), em nota.
A Folha entrou em contato com o Sindicato dos Metroviários e com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo (STEFSP) e aguarda resposta.
Só na CPTM a apresentação de atestados em 3 de outubro quase quintuplicou, se comparada com a média diária de documentos do tipo emitidos entre janeiro e setembro. Em média são recebidos 49 atestados por dia, contra 232 apenas no dia da greve.
O governo de São Paulo diz ainda que, na véspera da greve de 3 de outubro, também foi registrado aumento da apresentação de atestados médicos -foram 115 atestados.
Além do aumento do volume de atestados, foi observada uma predominância da mesma doença nos documentos.
Nos dias 2 e 3 de outubro, 110 dos 347 funcionários que apresentaram atestado tinham CID (Classificação Internacional de Doenças) para doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo. Os demais colaboradores tiveram doenças divididas entre outras 14 CIDs.
De acordo com o governo, a CPTM abriu uma investigação para avaliar o aumento significativo de atestados no período e está analisando documentos emitidos por uma mesma clínica e um mesmo médico, além de coincidências nas doenças relatadas.
De acordo com a companhia, também é investigado se algum documento foi adulterado ou falsificado no período.
Na apuração, foram excluídos os atestados dos funcionários administrativos beneficiados pela folga do ponto facultativo do dia 3 de outubro, além de outras questões que não têm relação com a greve, como os emitidos por mais dias antes do período, por exemplo.
No Metrô também houve aumento de apresentação de atestados médicos na véspera da última. Foram 123 documentados apresentados, sendo que a média é de 52. No dia da greve foram apresentados mais 107 documentos.
Na terceira greve, que acontece nesta terça-feira (28), a CPTM afirma que o maior número de atestados já foi registrado. De acordo com o presidente, Pedro Moro, até as 8h30 a CPTM já tinha recebido o dobro do de atestados do que a média.