SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa brasileira operava acima dos 128 mil pontos e o dólar aprofundou as perdas na tarde desta quarta-feira (20), após a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) de manter inalteradas as taxas de juros nos Estados Unidos.
O banco também sinalizou que a maioria das autoridades projeta que as taxas de juros americanas devem terminar o ano entre 4,5% e 4,75%, o que equivaleria a três cortes de 0,25 ponto percentual, indicando que há confiança numa redução dos custos de empréstimo em breve.
A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado: segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, analistas viam 99% de chance de uma pausa nos juros americanos na reunião do Fomc (comitê de política monetária dos EUA) desta quarta.
Agora, investidores aguardam a divulgação do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa básica de juros local. A expectativa é de que deve ocorrer uma nova queda de 0,50 ponto percentual na Selic.
A decisão desta quarta, no entanto, ocorre após dados recentes mostrarem um aquecimento acima do esperado da economia doméstica, o que pode fazer com que o Copom (Comitê de Política Monetária) altere sua comunicação para reduzir expectativas sobre uma possível aceleração no ritmo de corte de juros.
Às 15h30, o Ibovespa avançava 0,76%, aos 128.505 pontos, enquanto o dólar caía 0,79%, cotado a R$ 4,989.
Na terça, o dólar fechou com leve valorização de 0,08% nesta terça-feira (19), cotado a R$ 5,029, com todas as atenções ainda voltadas para a reunião do Federal Reserve.
Na Bolsa brasileira, o Ibovespa também subiu, ainda impulsionado por avanços de ações da Vale, a empresa de maior peso no índice. A Embraer, que divulgou seus resultados do quatro trimestre na segunda (18), subiu cerca de 6% e ficou entre as mais negociadas da sessão, contribuindo para a alta.
Com isso, o Ibovespa terminou o dia em alta de 0,52%, aos 127.621 pontos, segundo dados preliminares.
"Enquanto aguarda a 'Super Quarta', o Ibovespa ganhou o apoio da alta das ações da Vale e exportadoras e seguiu na direção contrária dos pares de NY, mantendo-se em alta mesmo com volume reduzido e diante das incertezas sobre os próximos passos das autoridades monetárias", diz Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Na ponta negativa, a Magazine Luiza registrou a maior baixa da sessão, mesmo tendo reportado uma reversão no prejuízo de R$ 36 milhões sofrido no ano passado.