A acupuntura auricular, recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e já oferecida como prática integrativa pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, é segura em pacientes com depressão e foi capaz de reduzir sintomas da doença. A constatação foi feita em um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Segundo publicação da Agência Fapesp, os resultados do trabalho foram publicados no periódico JAMA Network Open e reforçam o potencial da terapia como tratamento complementar de um problema que motiva cada vez mais atendimentos na rede pública, segundo dados do Ministério da Saúde.S A acupuntura auricular é uma técnica milenar chinesa que utiliza agulhas. A ferramenta de preço acessível com cartela de 50 unidades, custando menos de R$ 10 – para estimular nervos do pavilhão auricular, principalmente o vago, e ativar áreas do cérebro ligadas à depressão. A eficácia e segurança para tratar o transtorno psiquiátrico específico ainda não estão completamente estabelecidas. Os pesquisadores informaram que as evidências deste tipo acompanhou, entre março e julho de 2023, 74 pacientes com depressão moderada ou moderadamente grave Os participantes, que tinham idade média de 29 anos e eram, em sua maioria, mulheres, foram divididos em dois grupos de 37 pessoas cada. Já o primeiro passou por acupuntura auricular específica, estimulando seis pontos no pavilhão auricular correspondentes ao diagnóstico de depressão pela medicina tradicional chinesa (Shenmen, subcórtex, coração, pulmão, fígado e rim), o segundo recebeu aplicações em áreas não associadas a sintomas de saúde mental – orelha externa, bochecha, face e quatro pontos da hélice (porção superior da orelha externa). "Nossos resultados mostram que a acupuntura auricular específica para depressão recuperou quase 60% das pessoas, número semelhante à taxa de medicamentos, de acordo com outros estudos publicados sobre o tema", diz Daniel Maurício de Oliveira Rodrigues, professor de naturologia da Unisul e primeiro autor do estudo. "Além disso, 46% desses participantes relataram não sentir mais sintomas, em contraste com 13% do grupo que passou pela técnica não específica – para efeitos de comparação, essa taxa gira em torno de 35% para fármacos."Fonte: Bahia Notícias